Foto: Renan Mattos (Diário)
Estrutura, que é uma das 10 no Estado, foi instalada em 16 de maio no Bairro Nova Santa Marta
Poucas vezes os moradores do Bairro Nova Santa Marta, na região oeste de Santa Maria, estiveram tão próximos da Brigada Militar como acontece há quase dois meses. Desde 16 de maio, um ônibus instalado na Avenida Manoel Mallmann Filho, em frente à creche Sinos de Belém, representa a atuação da Brigada Militar no bairro. Diferentemente de 2015, quando uma equipe do 2º Batalhão de Operações Especiais (BOE) da BM permaneceu por quase um ano no bairro para tentar frear a criminalidade registrada em 2014 na região, a Base Móvel tem o objetivo de aproximar a instituição da comunidade.
Santa Maria foi uma das seis cidades a receber as 10 Bases Móveis Comunitárias do Comando da Brigada Militar no Estado. Cinco estão em Porto Alegre, e as outras cinco, em Canoas, Cachoeirinha, Novo Hamburgo, Caxias do Sul e Santa Maria. O posto funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 23h, e aos finais de semana, se houver atividades, como festas e feiras.
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A abordagem do projeto segue a filosofia da polícia comunitária. Essa é uma das estratégias dos órgãos de segurança para enfrentar problemas contemporâneos como o tráfico de drogas. Conforme o comandante do 1ª Regimento de Polícia Montada (1ª RPMon) da BM, tenente-coronel Erivelto Hernandes Rodrigues, a polícia desenvolve um trabalho mais comunitário, atendendo demandas de segurança e encaminhando soluções aos órgãos competentes, como problemas de infraestrutura.
Foto: Renan Mattos (Diário)
Tenente-coronel Erivelto Hernandes Rodrigues, comandante do 1ª RPMon, comenta primeiro mês do projeto no Bairro Nova Santa Marta
A BM não divulgou índices de criminalidade de antes de atuação da Base, mas, nos primeiros 57 dias de permanência da unidade no bairro, foram registrados, pela Base Móvel, um roubo a pedestre, um furto simples, um furto de veículo e um furto em residência. Os suspeitos do roubo a pedestre foram detidos pela Brigada logo depois da ação, e os objetos roubados foram recuperados. Outras ocorrências como acidente de trânsito, abigeato e violência doméstica também foram registradas. Segundo o comandante, para uma análise comparativa, é necessário, no mínimo, seis meses.
- Inicialmente, a ideia é fazer a troca de informações e estabelecer uma relação de confiabilidade com a comunidade. Ou seja, aquela comunidade tem que ver que o efetivo é uma força amiga que está ali para ajudar - explica Hernandes.
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O efetivo de oito homens e mulheres também cumpre uma agenda de visitações à comunidade. Já ocorreram 56 visitas em residências e 72 em estabelecimentos comerciais. Os policiais também fizeram palestras sobre cuidados com fogos de artifício na época de festas de São João, na Escola Municipal de Educação Infantil Sinos de Belém, e trataram da Lei Maria da Penha e sobre segurança na Escola Estadual Nova Santa Marta.
Na prática, a aproximação tem funcionado. O soldado Fagner Paim, por exemplo, já é conhecido da vizinhança. Na escola Sinos de Belém, a coordenadora pedagógica, Maria Adelaide Rossato Bitencourt, já sabe de cor o nome do PM. Ela conta que já viu duas atuações dos policiais na área. Uma em que socorreram uma pessoa que teve um ataque epilético passando pela rua e outra na mediação que fizeram em um episódio de briga entre duas mulheres.
- Eles são o nosso porto seguro. Aqui na escola, nos sentimos tranquilos, mas sabemos que há violência na comunidade - declarou Maria Adelaide.